Carros elétricos nos condomínios: o futuro da mobilidade já chegou (e o síndico precisa se preparar)

Os carros elétricos deixaram de ser uma tendência distante para se tornarem parte do presente. Silenciosos, sustentáveis e cada vez mais acessíveis, eles estão transformando a maneira como as pessoas se locomovem, e isso não para nas ruas.

Nos condomínios, essa mudança já começou a gerar novas demandas, desafios e, claro, oportunidades.

De acordo com a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), o Brasil ultrapassou a marca de 470 mil veículos elétricos e híbridos em circulação. Esse número tende a crescer rapidamente nos próximos anos, impulsionado por políticas ambientais, incentivos fiscais e pela busca de alternativas mais sustentáveis.

Mas, junto com o avanço da mobilidade elétrica, surge uma questão fundamental: como os condomínios podem se preparar para essa realidade?

Carros elétricos nos condomínios: uma nova demanda de infraestrutura

A chegada dos veículos elétricos representa uma mudança profunda na dinâmica condominial. Se antes bastava garantir vagas demarcadas e controle de acesso, agora o desafio é outro: como fornecer energia para o carregamento desses veículos sem sobrecarregar a estrutura elétrica e o orçamento do condomínio?

Atualmente, muitos empreendimentos ainda não possuem infraestrutura adequada para atender a essa demanda crescente. Isso gera desconforto para moradores que investiram em um veículo elétrico, ao mesmo tempo em que levanta discussões entre os condôminos sobre custos, segurança e consumo de energia.

Por outro lado, os condomínios que se antecipam e planejam a instalação de pontos de recarga saem na frente. Além de valorizar o imóvel, eles também se tornam mais atrativos para futuros compradores e locatários, especialmente entre aqueles que priorizam sustentabilidade e tecnologia.

O papel do síndico diante dos carros elétricos no condomínio

O síndico tem papel essencial nesse processo. Ele é o responsável por avaliar as necessidades do condomínio, buscar soluções técnicas e conduzir o diálogo entre os moradores.

Veja os principais pontos que precisam ser observados:

1. Infraestrutura e capacidade elétrica

Antes de tudo, é necessário verificar se o condomínio possui capacidade elétrica suficiente para atender ao aumento da demanda de energia. Em alguns casos, pode ser preciso ampliar a rede ou instalar transformadores adicionais.

Um engenheiro elétrico deve ser contratado para realizar um estudo técnico detalhado, evitando riscos de sobrecarga ou quedas de energia.

2. Planejamento dos pontos de recarga

A instalação de estações de carregamento pode ser feita em garagens, vagas privativas ou áreas comuns, dependendo do perfil do condomínio.

O ideal é definir locais estratégicos e seguros, garantindo fácil acesso e evitando interferência na rotina dos moradores.

3. Custos e rateio

Talvez o ponto mais sensível: quem paga a conta?

Existem duas alternativas: o uso de carregadores individuais, conectados ao medidor de cada unidade, ou a instalação de estações coletivas, com cobrança proporcional ao consumo.

Em ambos os casos, transparência é fundamental. As regras devem ser claras e aprovadas em assembleia.

4. Segurança e manutenção

Além da instalação, o condomínio deve adotar procedimentos de manutenção periódica, respeitar normas da ABNT e seguir protocolos de segurança contra incêndios.

Equipamentos mal instalados ou sem inspeção podem gerar riscos elétricos e até incêndios — algo que o síndico jamais pode permitir.

5. Aprovação e legalidade

Qualquer intervenção em área comum requer aprovação em assembleia.

O síndico deve consultar a convenção e o regimento interno para verificar as regras aplicáveis e, se necessário, incluir cláusulas específicas sobre carregamento de veículos elétricos.

Posso instalar um carregador na minha vaga?

Depende, é possível instalar um carregador para carro elétrico em uma vaga privativa, mas com algumas condições dentro de um processo, principalmente, em condomínios verticais ou antigos.

O recomendado antes de adquirir um carro elétrico é conversar com o síndico e entender o regimento e convenção do seu condomínio.

Como funciona o carregamento nos condomínios

Existem dois modelos principais para o carregamento de carros elétricos em condomínios:

1. Estações individuais

Cada morador instala sua própria estação de carregamento, conectada ao medidor da unidade. Essa opção é prática, pois o consumo é controlado de forma independente, sem interferir nas contas do condomínio.

2. Estações compartilhadas

Alguns condomínios optam por criar pontos de carregamento coletivo, de uso rotativo. Nesses casos, o consumo é registrado por aplicativo e cobrado individualmente.

Condomínios novos x condomínios antigos: o que muda com a chega dos carros elétricos?

A instalação de estações de carregamento elétrico em condomínios não é obrigatória para todos os empreendimentos. A diferença entre edifícios novos e antigos é significativa quando o assunto é infraestrutura elétrica.

Condomínios novos

As novas diretrizes da Ligabom/CNCGBM já determinam que todas as novas edificações com garagem contem com sistemas de alimentação para veículos elétricos (SAVE).

Essas construções devem incluir:

  • sistema de detecção de incêndio;
  • chuveiros automáticos;
  • ventilação mecânica com extração de fumaça.

Ou seja: os novos prédios já nascem preparados para a mobilidade elétrica.

Condomínios antigos

Já os empreendimentos antigos precisam se adaptar. Para isso, o primeiro passo é contratar uma empresa especializada para avaliar a viabilidade técnica e planejar a instalação das estações de recarga.

O custo é relativamente acessível e, na maioria das vezes, pode ser aprovado por maioria simples em assembleia.

O prazo para adequação às novas normas é até março de 2026, o que significa que o momento de agir é agora.

Mobilidade elétrica e sustentabilidade: um caminho sem volta

Adotar políticas que favorecem o uso de carros elétricos é mais do que acompanhar uma tendência — é assumir um compromisso com o futuro.

Além de reduzir emissões de poluentes, os veículos elétricos trazem economia, silêncio e conforto, transformando o dia a dia dos moradores e agregando valor ao condomínio.

Para o síndico, é uma oportunidade de se posicionar como um gestor moderno e inovador, que entende o papel da sustentabilidade na gestão condominial.

Conclusão

Os carros elétricos vieram para ficar e os condomínios que se preparam desde já sairão na frente. Planejar a infraestrutura, adequar a rede elétrica, definir regras claras e investir em tecnologia são passos fundamentais para acompanhar essa transformação.

Com soluções digitais como o Conviver App, a comunicação entre síndico e moradores se torna muito mais eficiente, facilitando o agendamento, controle e transparência de uso dos carregadores. Afinal, o futuro da mobilidade também começa na garagem do seu prédio.

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